Como as mudanças no Instagram afetam quem trabalha com a plataforma?

Pode parecer exagero (pelo tanto que citamos o fato em artigos anteriores), mas inegavelmente a pandemia trouxe um considerável número de mudanças no consumo das pessoas. E aqui não falamos apenas sobre como elas consomem produtos/serviços, mas também conteúdos. E isso fez com que uma das principais redes sociais do mundo, o Instagram, tivesse uma espécie de crise de identidade. 

Isso veio através de várias mudanças na forma de distribuição de conteúdo, além do modelo de exibição e divulgação de perfis implementadas em 2022. Tanto usuários, como influenciadores em geral, criticaram estas alterações, o que fez a Meta voltar atrás em algumas delas. Contudo, a principal ainda segue ativa e defendida pelo CEO do Instagram, Adam Mosseri. 

Quais foram as principais mudanças no Instagram? 

Todo ano, as redes sociais em geral, fazem mudanças na forma de distribuição do conteúdo, assim como nos seus algoritmos. Isso visa manter a plataforma atualizada as novas tendências dentro do mundo digital. O Instagram, mesmo em sua posição dominante, não seria exceção.  

Só que as últimas mudanças não foram meras atualizações, mas sim uma resposta ao crescimento do TikTok, que disparou durante a pandemia. Para se ter uma ideia, em 2021 de acordo com relatório do Business of Apps, em 2021 o faturamento do TikTok subiu 142% em relação ao ano anterior, alcançando US$ 4,6 bilhões. A crescente ameaça de sua soberania pela rede social focada em vídeos curtos, rendeu uma série de mudanças em 2022 no Instagram, sendo estas as principais: 

1 – Feed em tela cheia (desativada temporariamente) 

Essa foi a primeira das mudanças inspiradas pelo TikTok, em que a interface da plataforma passou a ficar em tela cheia, como é no TikTok. Inicialmente, Adam Mosseri justificou que a expansão da nova experiência do feed para uma amostragem específica de usuários é parte do planejamento de um novo recurso que busca aumentar o engajamento sobre o conteúdo. 

Ele ainda disse que está em fase de testes, e que, portanto, poderá sofrer alterações até que seja padronizado a todos os usuários. Porém, em 28 de julho, ele anunciou que voltariam atrás nessa mudança, deixando-a desativada. Além de dizer que era apenas para um pequeno grupo de usuários e que não estava boa o suficiente, ele declarou: 

“Também quero ser claro, ainda não chegamos lá, e vamos precisar chegar a um bom resultado se quisermos lançar essa experiência para o resto da comunidade do Instagram” 

2 – Aumento do número de publicações sugeridas (desativada temporariamente) 

Uma outra mudança que ficou muito perceptível foi o aumento no número de recomendações no feed dos usuários. Essa mudança, além de ser ruim para o próprio usuário, que deixa de ver muitas postagens de quem ele segue, é ruim para os criadores de conteúdo, que tem ainda mais dificuldade para aparecer em um espaço já bastante concorrido. 

Este, dentre todos foi um dos casos mais problemáticos, como o CEO assumiu, ao reconhecer que o algoritmo não trabalha bem as recomendações de conteúdos sugeridos com base no que o usuário pode se interessar, e a partir disso reforçou que as sugestões podem ser marcadas como não relevantes ou até mesmo pausadas por um mês. 

Ele também citou a possibilidade da navegação no feed de favoritos, opção que mostra apenas conteúdos de contas destacadas pelo usuário (mudança que falaremos adiante). Só que apesar da reclamação referente ao excesso de anúncios, ao voltar atrás, Adam Mosseri citou, junto com o fato de que isso era pra ajudar os usuários a encontrar coisas interessantes, outro motivo para o recuo: 

“Agora, se você está vendo em seu Feed recomendações que não te interessam, isso significa que estamos fazendo um trabalho ruim na classificação e precisamos melhorar” 

3 – Alteração na forma de visualização e monetização 

Estas talvez sejam as únicas mudanças feitas sem a interferência do elemento TikTok. A primeira delas, traz uma importante alteração na forma como o conteúdo do feed aparece para os usuários. Agora, a plataforma oferece duas novas opções, além desta com as recomendações: 

  • A visualização de favoritos, que mostrará postagens de uma lista de contas das quais você não deseja perder o conteúdo. Nesta pode-se colocar até 50 perfis; 
  • A visualização de seguidores em um feed cronológico do conteúdo das contas que você segue e que não incluirá recomendações para seguir perfis diferentes. Já aqui, foi uma espécie de “retorno às origens”, pois era desta forma que o Instagram fazia quando surgiu. 

Já a monetização cria a opção de assinantes, que poderão ter acesso a vídeos e stories exclusivos. A ideia é oferecer uma nova opção para aqueles que querem apoiar seus influenciadores favoritos dentro da plataforma, segundo explicações da Instagram. 

4 – Priorizar conteúdo de vídeo 

Finalmente chegamos na última e mais polêmica das mudanças. A primeira delas, foi unificar os conteúdos de IGTV e Reels, deixando todos eles como Reels. Essa primeira pode ser benéfica, pois com os conteúdos em vídeo em apenas um lugar, torna-se mais fácil para os criadores de conteúdo aumentarem seu alcance, sem precisar se preocupar com algoritmos de dois espaços diferentes, como era antes. 

Só que a segunda parte, virou o foco de todos as reclamações de usuários e criadores de conteúdo. Ela traz uma mudança nas prioridades da rede social, que deixa de ter o foco principal em fotos e passa a destacar e divulgar, principalmente, conteúdo em vídeo. Só que, diferente dos dois primeiros casos, o CEO do Instagram não voltou atrás nessa mudança. Sobre isso, ele justificou dizendo: 

“Isso não significa que outros formatos, como fotos, não sejam mais relevantes ou que não estarão mais integrados ao aplicativo, mas mostra que o Instagram hoje é uma plataforma diferente de quando foi lançada e evoluiu ao longo do tempo com as mais diversas possibilidades e formatos” 

Tal fato se baseia no crescimento do consumo de conteúdo do tipo “reels”, que segundo um porta-voz da plataforma disse ao jornal Meio & Mensagem, é responsável por 20% do tempo que os usuários passam na rede social. Até por isso, o CEO reforçou a posição, ao afirmar que “cada vez mais o conteúdo no Instagram irá se tornar vídeo ao longo do tempo”. 

A “TikTokização” do Instagram 

Com tudo isso, muitos usuários alegam que a plataforma sofre um processo de “tiktokização”, perdendo a essência e virando mera cópia da concorrente. Só que, além deles, influenciadores também entraram na história, sendo dois grandes exemplos Kylie Jenner (326 milhões de seguidores) e Kim Kardashian (361 milhões).  

Elas compartilharam uma petição que dizia “Faça o Instagram ser o Instagram de novo. Pare de tentar ser o TikTok, eu só quero ver fotos fofas dos meus amigos. Sinceramente, todo mundo”. Só que como pudemos ver nas palavras do CEO, essa parece ser uma batalha mais difícil de vencer para usuários e criadores de conteúdo. 

Esse efeito veio em função da necessidade de entretenimento durante a pandemia, que fez com que mais pessoas consumissem vídeos curtos, em relação a álbuns de fotos. Essa mudança de preferências dos usuários foi justamente o que trouxe esse boom do TikTok.  

E também é preciso lembrar que esta é uma situação inédita para o Meta, pois anteriormente, quando o Facebook viu-se ameaçado por uma rede social e por um app de mensagens, ele simplesmente os comprou (o Instagram e o WhatsApp). Porém, neste caso, esta não é uma opção válida.  

Como essas mudanças no Instagram afetam o marketing? 

O cenário ainda é bastante incerto, não necessariamente pelas mudanças, mas sim pelos desdobramentos delas. Há uma chance de haver uma debandada daqueles usuários que preferem o Instagram em seu formato “clássico” (priorizando fotos e imagens) e a consequência disso seria uma mudança do público da plataforma. 

Ou seja, o atual público do Instagram (que na sua maioria é de usuários entre os 25 e 34 anos) pode ser substituído pelos do TikTok (na sua maioria com idade de 16 a 24). Dependendo do público-alvo para o qual se faz uma campanha, tal mudança pode significar até mesmo tirar a rede social da lista de prioridades do marketing digital. Isso não significa parar de postar, mas sim de direcionar a atenção para onde a sua persona ideal migrar, caso essa debandada ocorra. 

Considerações finais 

Como vimos, o próprio Instagram ainda patina nas decisões, ao mudar e voltar atrás. O que o atual momento indica é: seguir mantendo o que já vem sendo feito, especialmente se já houver um público consolidado, mas estudar alternativas dentro das novas tendências.  

Analisar a possibilidade de um aumento de conteúdo no formato de vídeo, serve não apenas para ver a reação do seu público atual, como também favorece seu perfil dentro dos algoritmos, garantindo que ele tenha alcance para possíveis novos usuários.  

Só que isso precisa ser feito com muita análise e estudo, pois há o risco também de, ao implementar essas mudanças, você afastar aquele nicho que já é consumidor assíduo dos seus conteúdos, mas está dentro do grupo que reclama destas mudanças. O momento pede atenção e muita análise, mas sem deixar de lado adaptar-se a uma nova realidade, que aparentemente veio para ficar no Instagram. 

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