O brasileiro acostumou-se que o dia 12 de junho é o Dia dos Namorados. Inclusive as gerações mais novas viveram sempre sob essa data. Filmes, séries e até desenhos vindos de fora, ao mencionarem ela (ou o “Valentine’s Day”, em inglês), associava-se aqui a, normalmente, segunda semana do já citado mês de junho.
Porém, com a evolução da globalização e de informações vindas do exterior, uma coisa chamou a atenção de muitos: o Dia de São Valentim era na verdade comemorado no dia 14 de fevereiro, sendo tanto considerado como o Dia dos Namorados, como também o “dia do amor”.
Com isso, muitos começaram a se questionar, a razão da data aqui no Brasil ser diferente do resto do mundo, especialmente pelo Dia de São Valentim ser uma data instituída pela igreja católica. E hoje falaremos justamente disso, para que aqueles que não conhecem, possam saber a real razão do Dia dos Namorados ser em 12 de junho.
Dia de São Valentim: o Dia dos Namorados em boa parte do mundo
Para começar, vamos falar sobre o Dia de São Valentim (ou “Valentine’s Day”) e suas origens, que remontam de séculos antes daquela que comemoramos no Brasil. Há aqui, como em muitas datas da igreja católica, um misto de origem religiosa e adaptação de uma festa pagã comemorada na mesma época.
Há algumas histórias relacionadas a São Valentim, porém a mais aceita é a do padre que foi morto no século III em Roma. A explicação é que ele foi preso por fazer cerimônias de casamento escondidas de soldados do império. Isso porque na época, o então imperador Cláudio II havia banido os casamentos para eles.
O motivo é que, segundo ele, o fato de serem casados, os faziam soldados piores. a ideia era de que solteiros, sem qualquer responsabilidade familiar, poderiam render melhor no exército. Só que o padre Valentim defendendo que isto era parte do plano de Deus, quebrou a lei da época, organizando muitos casamentos clandestinos.
Ele acabou descoberto, preso e condenado à morte. Só que durante o período que ficou preso, apaixonou-se pela filha de um carcereiro. Não há consenso se ele mandou várias ou apenas uma no dia do cumprimento da sentença, mas fato é que ele assinou nela (ou nelas) “do seu Valentim”. Inclusive dizem que foi por isso que se tem o costume de mandar cartas neste dia.
Dois séculos depois de sua morte, o papa Gelásio o santificou e criou o Dia de São Valentim, e classificou-o como símbolo dos namorados. Só que a ideia por trás disso era a de ter uma festa cristã que substituísse uma pagã chamada “Lupercalia”. Ela ocorria no mês de fevereiro e celebrava a fertilidade.
Dia dos Namorados no Brasil: uma data criada para aquecer o comércio
Apesar de aqui termos muitas datas comemorativas através do calendário cristão, curiosamente o Dia de São Valentim não era uma delas. Isso facilitou o que ocorreu no ano de 1948. Após o Dia das Mães, o período até o Dia dos Pais era visto como um dos mais fracos do comércio.
Por conta disso e buscando formas de aquecer as vendas do mês de junho, uma loja chamada Exposição Clipper contratou a agência Standart Propaganda, que tinha João Dória (o pai) como dono. Ele então teve a ideia de criar uma outra data para trocar presentes, aproveitando o próprio gancho do Dia das Mães: o Dia dos Namorados.
As peças publicitárias da época traziam slogans como: “Não é só com beijos que se prova o amor!” e “Não se esqueçam: amor com amor se paga”. O sucesso foi tamanho, que a campanha foi julgada a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda.
Já nos anos seguintes, outras regiões do país começaram a seguir a ideia de São Paulo para a data, fazendo com que ela “pegasse” entre os consumidores. O sucesso é visto até hoje: o Dia dos Namorados é hoje a terceira data com maior fluxo de vendas no país, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães, sendo uma das mais importantes do calendário promocional.
Vale mencionar que o dia 12 de junho é véspera do dia de Santo Antônio, considerado o santo casamenteiro, porém as datas não são habitualmente relacionadas seja em peças publicitárias, ou mesmo em filmes, séries ou desenhos. Normalmente quando citam uma ou outra é de forma independente (o porquê disso não se sabe, talvez apenas coincidência).